O colo
O primeiro colo da minha filha foi de uma enfermeira. O segundo da mãe e o terceiro foi meu.
Bem vinda filha! O mundo é duro e frio, mas um colo nos ajuda a passar por tudo isso.
As crianças acreditam que um colo cura qualquer coisa: um joelho ralado, uma saudade, uma febre e as decepções da vida. Enquanto o colo cura a criança, cura também o pai.
Para os que não receberam colo quando crianças, dar colo é cura, é recomeço.
Para os que tiveram colo quando eram pequenos, é retribuição.
Quando precisam de mim, abraços as minhas filhas como minha mãe me abraçou. Nossos filhos aperfeiçoam nosso abraço. Quando abraçamos nossos filhos, abraçamos também a nossa mãe, agradecendo por tudo o que fez por nós.
Quando uma pai abraça um filho, ele abraça ele mesmo.
Cura traumas, mágoas, lembranças tristes.
O colo é demarcação, solo sagrado onde mal nenhum pode entrar, é ninho, local seguro de consolo e recuperação de forças.
Colo é dar exemplo, é deixar herança.
Colo é perpetuar uma mensagem palpável de bondade e de amor.
O resumo da primeira infância é isso: brinca, brinca, brinca, chora e colo. Depois recomeça
brinca, brinca, brinca, chora e colo. E assim por diante.
Diversão e machucado, é isso que nos espera durante toda a vida. E colo! Não pode faltar o colo!
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